Metal teve rentabilidade de 15,26% e foi o investimento mais lucrativo do ano, enquanto o Índice da Bolsa de Valores de São Paulo subiu 7,4%; dólar ficou em segundo lugar no ranking.
SÃO PAULO - O ouro liderou o ranking de investimentos em 2012 pelo terceiro ano consecutivo. O metal teve valorização de 15,26% no período - mais que o dobro do verificado no Índice da Bolsa de Valores de São Paulo (Ibovespa), que subiu 7,4% no ano. Boa parte do desempenho do mercado de ações, no entanto, ocorreu em dezembro, quando a Bolsa paulista teve alta de 6,05%, o melhor investimento do mês.No resto do ano, o investimento em ação sofreu fortes oscilações por causa da instabilidade do ambiente internacional. Não faltaram notícias negativas para assombrar os investidores, que amargaram prejuízos bilionários com a crise que começou na Grécia e se espalhou por quase toda a Europa. Junta-se a isso notícias sobre desaquecimento da economia chinesa que também abalaram os ânimos dos mercados, lembra o administrador de investimentos Fábio Colombo.
Mas os fatos internos também influenciaram as decisões dos brasileiros (e estrangeiros) de onde aplicar seu dinheiro. Na Bolsa, as intervenções do governo federal na Petrobrás prejudicaram o desempenho das ações da estatal - papel com maior peso no Ibovespa. Para manter a inflação sob controle, a empresa tem sido proibida de elevar o preço da gasolina, conforme as oscilações do mercado externo. O resultado disso é que o lucro da companhia caiu de forma expressiva no decorrer do ano.
Para completar o quadro desfavorável da bolsa em 2012, as condições estabelecidas pelo governo para renovação das concessões do setor elétrico causaram pânico entre os investidores. Algumas ações chegaram a perder mais de 20% do valor em um único dia, como foi o caso da Cesp. No ano, as ações preferenciais da companhia caíram 38,7%. Isso graças à recuperação de dezembro, quando teve alta de 11,23%. "As bolsas internacionais subiram bastante em dólar. O Brasil teve o pior desempenho", afirma Colombo. Ele acrescenta que o ritmo fraco da economia também contribuiu bastante para esse resultado.
Aplicação segura. Com tantas notícias desfavoráveis no mercado de ações o jeito foi se refugiar em aplicações consideradas mais seguras em momentos de turbulência, como o ouro e o dólar - as duas melhores opções de investimentos em 2012. A moeda americana teve alta de 9,42% no período. Em terceiro lugar apareceram os fundos de renda fixa, cuja rentabilidade ficou em 8,85% no ano.
O ganho do Ibovespa, da caderneta de poupança, dos fundos DI e dos CDBs ficaram abaixo da inflação medida pelo IGP-M, de 7,82% (ver gráfico). "Os investimentos em ações têm grande potencial de alta em 2013, já que nos últimos três anos houve retração da bolsa", diz Colombo.
Mais uma vez, no entanto, as previsões vão depender de decisões importantes no mercado internacional. Uma delas é a solução que o governo americano dará para o "abismo fiscal". Os programas de ajustes dos países europeus em situação delicada também vão influenciar o dia a dia dos mercados no Brasil e no mundo. "Os mercados continuarão bem voláteis em 2013 devido a todas essas incertezas. Mas, como os preços das ações estão bem depreciados, há chance de que 2013 seja um ano bom para as bolsas."
No mercado interno, os investidores estarão de olho no desempenho da economia, que este ano decepcionou e deve crescer no máximo 1%. A política de juros do Banco Central e o comportamento da inflação também serão foco de atenção no decorrer do ano.
Renée Pereira, de O Estado de S. Paulo
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