O trecho do Arco Metropolitano que será
entregue na próxima semana foi finalizado às pressas para atender ao
prazo limite para inaugurações, estabelecido pelo Tribunal Regional
Eleitoral (TRE). Há duas semanas, ainda não estavam concluídas ligações
de viadutos com a estrada, vias de acesso, entre outras obras. De acordo
com fontes ouvidas pelo Valor, a rodovia também não terá, nessa
primeira fase, acesso a redes de gás, telecomunicações e energia.
O economista Mauro Osório, professor da
Universidade Federal do Rio de Janeiro alerta sobre a necessidade de
evitar ocupações na região. “O maior risco é o de ocupação desordenada. É
preciso criar um plano diretor, definir as regras de ocupação das
margens da rodovia, a faixa de servidão”, afirma ele.
A questão ambiental também preocupa. “A
região corta muitas áreas de proteção. Existia uma proposta de se criar
um corredor verde, ligando as várias áreas, mas isso não aconteceu.
Também é preciso estudar os corredores de vento, para que indústrias
poluidoras se estabeleçam em áreas onde causem menos danos”, diz o
especialista em competitividade industrial da Federação das Indústrias
do Rio de Janeiro (Firjan), Riley Rodrigues.
O secretário de Desenvolvimento do
Estado, Júlio Bueno, lembra que foi feito um plano diretor para a região
há quatro anos, com apoio do Banco Interamericano de Desenvolvimento
(BID). Bueno reconhece, porém, que esse plano não inclui desdobramento
para os municípios, ou seja, não há um planejamento integrado para toda a
área. “As áreas de proteção serão preservadas. A questão ambiental hoje
é consenso”, diz o secretário, afirmando que o gás para a rodovia já
está disponível.
Fonte: Valor Econômico, Por Renata Batista