terça-feira, 23 de julho de 2013

Regras para fazer do imóvel uma casa para a vida toda, até a velhice.



Proprietária de uma pousada geriátrica em Campo Grande, Silvia Samara Gimenes Salamene, de 35 anos, sabe bem que não pode se descuidar da segurança dos idosos. Sabe também que não basta só atenção e boa intenção. É preciso garantir a acessibilidade dos clientes que atende todos os dias.

Há três anos, justamente por essa questão, a casa passou a funcionar em outro endereço. Como o antigo imóvel era alugado, os proprietários não permitiram alterações na parte estrutural. Na “nova pousada”, tudo foi pensado para quem já chegou à chamada “terceira idade”.

“Colocamos banheiros adaptados em todos os quartos, corrimão em tudo, dentro e fora. Os pisos são antiderrapantes. A casa é plana, não precisa de rampa. Toda a preocupação foi por conta da acessibilidade”, afirmou a proprietária.

Casas planejadas, acessíveis, é uma preocupação antiga dos profissionais que trabalham na área da arquitetura, mas eles ainda enfrentam a resistência de clientes. Muitos, com “medo” do custo final da obra, acabam dispensando os ajustes necessários. O que acontece, geralmente, é uma reforma na hora da necessidade. Aí sim, os custos extras, dizem os especialistas, podem aparecer.

Arquiteta Angela Cristina Santos Gil Lins, de 40 anos, integra a equipe técnica da Sociedade em Prol da Acessibilidade, Mobilidade Urbana e Qualidade de Vida de Mato Grosso do Sul (SBA). A profissional apontou algumas “dicas gerais” de um projeto como esse. Em todo caso, é necessário, segundo ela, uma boa entrevista com o cliente. A intenção é saber das necessidades dele, as limitações e exigências. Se tratando de idosos, “o levantamento das necessidades é maior ainda, pois precisamos saber se o idoso vai morar sozinho, com um companheiro, se tem animais de estimação, se recebe visitas”, disse, exemplificando.

O projeto de uma casa para idosos deve contemplar tudo o que uma “residência comum” tem, mas é preciso dar atenção à NBR 9050, norma técnica que regulamenta a acessibilidade a edificações, mobiliário e equipamentos urbanos.

A arquiteta, afirmou, “precisa dar atenção especial para banheiros e pisos”. É imprescindível observar as dimensões dos espaços de circulação e não se esquecer dos itens de segurança como, por exemplo, pisos não escorregadios em áreas molhadas - como banheiro, calçadas, área de serviço e varanda - e barras de apoio.

Entre as dicas gerais, é preciso se atentar ao tamanho das portas – que devem ter vão livre de 0,80 centímetros para facilitar o acesso de uma cadeira de rodas -, maçanetas que facilitam a empunhadura e iluminação adequada.

O cuidado se estende à decoração. O mobiliário precisa ter altura adequada e cantos arredondados. É uma maneira de prevenir acidentes. Angela Cristina também recomenda evitar o uso de tapetes com felpa alta para não prejudicar quem tem dificuldade de locomoção.

Além da segurança, a comodidade deve ser pensada. Uma casa acessível “é uma casa confortável para toda as pessoas”. Se o projeto, desde o início, levar em consideração esse conceito, não será mais necessário adaptar nenhum espaço. Reformas, aliás, sempre acabam sendo mais caro que uma nova construção.

“Um projeto para idoso não necessariamente aumenta os gastos, ao contrário do que todos imaginam. O custo final da obra será o mesmo de qualquer outra desde que seja bem planejada e executada”, orientou a profissional.

Cartilha
Angela lembrou que este ano, a SPA-MS elaborou, em parceria com o Conselho de Arquitetura e Urbanismo do Estado (CAU – MS), um guia prático de acessibilidade. A cartilha, que foi distribuída aos participantes da 2ª Decon-MS, feira de decoração que aconteceu em Campo Grande, é direcionada a projetistas e conta com a diretrizes básicas da NBR-9050/2004.

São 63 páginas de orientações que trazem, por exemplo, as exigências para construção de sanitários, bebedouros, balcões, auditórios, cinemas, teatros, cozinha. O material também elenca as especificações para o acesso e circulação e destaca as normas para construção de calçadas, guias rebaixadas, faixas elevadas, rampas, corrimão, guarda-corpo, degraus, entre outros.

Há, ainda, as definições importantes para sinalização visual, tátil, sonora, de vagas para veículos e até o local determinado para o posicionamento do intérprete da Língua Brasileira de Sinais (Libras).

Além das especificações para projetos residenciais e comerciais, o guia também abrange as diretrizes recomendáveis para obras públicas, como parques, praças e locais turísticos. Delegacias e penitenciárias também estão incluídas.

A intenção dos órgãos é divulgar a legislação e sensibilizar a sociedade sobre as dificuldades encontradas no uso dos espaços utilizado pelas pessoas com deficiência, permanente ou temporária, mobilidade reduzida, idosos ou gestantes.


Da Redação, original Campo Grande News

terça-feira, 9 de julho de 2013

Obras do Porto Maravilha causam congestionamento no Rio.


Nesta segunda-feira (8), primeiro dia últil das mudanças no trânsito na Zona Portuária, os motoristas enfrentam um longo congestionamento na região. Por volta das 9h, o tráfego era intenso nas proximidades do bairro Santo Cristo.

No sábado (6), o trânsito sofreu alterações para a continuidade das obras da operação urbana Porto Maravilha.

O acesso do Viaduto 31 de Março para o bairro do Santo Cristo segue fechado e os motoristas são obrigados a seguir pela Avenida Presidente Vargas, no Centro da cidade, ou pela Avenida Francisco Bicalho, na Zona Portuária.

No mesmo horário, havia lentidão também no Túnel Santa Bárbara, que dá acesso ao Viaduto 31 de Março, na Rua Pinheiro Machado, em Laranjeiras, na Zona Sul,  na Avenida Paulo de Frontin, na Praça da Bandeira e na Avenida Radial Oeste.

Intervenções
As intervenções são para conclusão do conjunto de ruas e avenidas da Via Binário do Porto, que integra o novo sistema de mobilidade urbana implantado pelo Porto Maravilha, e para obras de implantação de infraestrutura (energia, telecomunicações, água, saneamento, drenagem, gás natural e iluminação pública).

A via paralela à Avenida Rodrigues Alves terá 3,5 km de extensão e será a responsável pela distribuição interna do tráfego da Região Portuária e seus acessos ao Centro, Avenida Brasil e Ponte Rio-Niterói. As interdições permitirão que as ruas e o Túnel da Saúde sejam liberados ao tráfego no segundo semestre. Em 2014, o Túnel do Binário, em sentido único em direção à Rodoviária Novo Rio, será incorporado ao sistema. O túnel começa na Rua Primeiro de Março com saída na nova via B1 (ainda sem nome) e emerge na Rua Antônio Lage.


Fonte:G1